A proposta apresentada surge na tentativa de criar uma solução sustentada nas restrições do sítio respeitando sempre a sua inserção na história.
Procura-se assim que o edifício proposto tenha um diálogo franco com a cidade e não simplesmente mais um volume que se ergue, enfatizando as vistas através de óculos pontuais que definem as suas próprias molduras da cidade.
A proposta de um modo geral vive de dois momentos distintos, o edifício existente que integra a Travessa das Amoreiras e a ampliação pretendida com a ligação à Avenida Ernesto Korrodi com o caráter multifamiliar.
Pretende-se assumir nestes dois apontamentos a separação física e plástica, por um lado o edificado existente por outro o edifico com um desenho atual.
Na intervenção não houve necessidade de recorrer a artifícios, o elemento arquitetónico vale por si próprio. A dinâmica interna criada é gerada pela diversidade de movimentos numa só unidade conceptual. O conceito de espaço desenvolvido contrapõe-se ao espaço tradicional diferenciado volumetricamente, de forma identificável, descontínuo, delimitado, específico e estático. Assim pretende-se potenciar e enfatizar a amplitude de vistas, evitando que o edifício se assuma como obstáculo entre quem chega e a envolvente que o rodeia.
O caráter do elemento arquitetónico é diretamente a própria identificação do edifício; tipologia, plástica, técnica e funcional. A procura de uma maior expressividade; a relação desta com a função, a base da beleza que a composição pode atingir, e o resultado da técnica e dos materiais utilizados que podem ser expressados de maneira mais ou menos autêntica.
Os alçados exteriores vivem para o próprio edifício como um espelho do seu interior. A arquitetura conjuga-se como um todo. Ao intervir não se pretende descaracterizar a área em questão pelas mais-valias já evocadas mas, de uma forma contida e racional, valorizar o momento arquitetónico. O projeto ambiciona ter um carácter afirmativo.
Os materiais escolhidos conferem ao edifício um caráter sóbrio, com postura e presença onde o material assume uma referência construtiva e não uma simples opção de estética.
Toda a composição procurou assim, criar uma imagem de unidade no tratamento do espaço, com uma grande diversidade de espaços que permitem uma forte valorização da imagem global do conjunto. A inter-relação entre espaços construídos, espaços abertos, modelação do terreno e materiais utilizados são determinantes na solução.
O edifício desenvolve-se volumetricamente da Avenida Ernesto Korrodi por um piso, e pela Travessa das Amoreiras 2 pisos e quatro pisos parcial.
O acesso à propriedade é efetuado a Nascente, junto à via pública – Travessa das Amoreiras que permite o acesso ao piso da cave para estacionamento. O acesso às garagens é exclusivamente dos moradores, via automóvel e pedonal. O acesso principal pedonal é efetuado diretamente da Avenida Ernesto Korrodi. No interior, o edifício está compartimentado ao nível de usos, sendo a distribuição para as diferentes zonas efetuadas através de um núcleo de comunicação vertical composto por caixa de escada e elevador.
A estrutura orgânica do edifício decompõe-se nas várias áreas funcionais exigidas para habitação coletiva, estando em harmonia com os requisitos definidos nas normas, de acordo com a legislação em vigor e os parâmetros definidos no regulamento municipal.
As caraterísticas internas do edifício são decorrentes do programa e as quais se passam a descrever. Assim, ao nível de usos propõe-se:
     PISO -1 ESTACIONAMENTO 08 lugares de parqueamento em que 05 são duplos e 03 individuais, 08 arrumos das frações e sala de condomínio;
     PISO 0, 1, 2 e 3 HABITAÇÃO composto de 2 fogos por piso de tipologia T3.
A estrutura orgânica do edifício decompõe-se nas várias áreas funcionais exigidas para habitação coletiva, estando em harmonia com os requisitos definidos nas normas, de acordo com a legislação em vigor e os parâmetros definidos no regulamento municipal.